30 de setembro de 2011

O que o tempo não faz esquecer... (Parte II)

[...]
Por um instante pensei estar sonhando, ou outra vez imaginando isso em minha mente, mas ouvi um suspiro do outro lado da linha; era verdade. Mesmo tendo por vezes preparado um lindo discurso pra quando ele voltasse, não conseguia mais raciocinar; deixei somente o meu coração falar.
“Pietro, confesso que não esperava sua ligação, e que estou surpresa com tudo o que me disseste, estou repleta de uma multidão de sentimentos que se confundem, alegria, tristeza, incerteza, fé; e pela primeira vez me deixastes sem palavras. Sim, eu te perdôo, te desculpo, por que embora você não saiba, eu também errei, também sou culpada. Eu te amo. E é um amor igual o seu, que não quer ser inocente, não quer ser amigo, nem irmão; quer ter, quer beijar, quer ser amante, quer ser namorado, noivo, marido... e quer ser eterno. Sempre quis te contar a verdade, mas você sempre tão amigo, tão companheiro e tão ‘namorador’; não imaginei que pudesse aceitar ficar comigo diante da multidão de meninas que corriam atrás de você. Assim como você tive medo de estragar o que tínhamos de mais precioso e puro: a nossa amizade.
Quando foi embora entrei em total desespero, não sabia o que fazer, nem qual rumo tomar; ficava horas e horas esperando uma ligação, uma mensagem; meu computador ficou dias ligado para o caso de você aparecer no MSN ou mandar um email; procurei todos os seus amigos, sua família, recorri a tudo e a todos; mas você sempre fugia de mim. Passei a crer então que havia feito algo de muito ruim, e que tinha te magoado muito; por pouco não morri de tanto medo de ter feito a ti algum mal, mesmo que sem querer ter ferido uma das pessoas mais importantes da minha vida, uma pessoa que eu amava e admirava tanto, tanto.
Me contaram quando mudou de cidade, e nesse dia chorei a noite toda, reli todos os nossos emails, vi todas as nossas fotos, escutei as suas, as nossas musicas preferidas, e tentei recordar todos os nossos momentos bons juntos, e por fim cai no sono, e acredite...sonhei com você.
Sobre a minha vida, eu estou fazendo faculdade de Ciências da Computação, terminei o meu namoro a duas semanas e estou super bem com tal feito, minha mãe ta dando aula em uma universidade federal na capital e a visito quando posso, por falar nisso agora moro sozinha com meu peixe Teddy, lembra dele?
Nunca deixei de pensar em você, fostes a pessoa mais especial da minha vida, ainda dói em meu peito por ter ido embora, penso no que poderia te acontecido se eu tivesse dito que meu amor era mais que amor de amigo, penso em quanta coisa poderíamos ter vivido juntos, penso em quantas vezes você deve ter precisado de mim, por que andei precisando muito de você, penso se nosso final teria sido mais feliz...”
As palavras agora fluíam naturalmente, eu parecia de novo estar a conversar com o meu melhor amigo, como se nada houvesse ocorrido; sem pestanejar e nem pensar muito. Interroguei:
“Aonde está morando? Você está namorando, casado? E a sua família? O que será de nós agora? Eu quero te ver, quero te abraçar, te contar tantas coisas, preciso rir com você, olhar seus olhos cor de terra, segurar em tuas mãos, ouvir seu coração e se me permitir eu quero te beijar, como fazia em meus sonhos. Pietro, eu preciso de você...”
Do outro lado da linha pude ouvir que ele chorava, e me intrigava o fato de não saber se isso era bom ou ruim. Quando conseguiu dizer alguma coisa percebi que estava em estado de choque e pra minha doce alegria estava eufórico demais para quem poderia me dizer um ‘não’. Fez acelerar meu coração:
“Estou aqui em nossa cidade natal, estou a alguns km de você, me encontre na BlueDay daqui a meia hora; mal posso esperar pra te ver, preciso que me diga que tudo isso é verdade, preciso ter certeza de que você realmente me ama, e que eu não estou tendo outro delírio. Até logo...minha...meu...Liz.”

Lahis do Nascimento Batista

27 de setembro de 2011

O que o tempo não faz esquecer... (Parte I)

Era manhã de um daqueles sabados preguiçõsos, quando meu telefone tocou, atendi com raiva - afinal era sabado - mas sem ao menos esperar que eu disesse 'alô', ouvi a voz que eu reconheceria em qualquer lugar do mundo, tinha vestigios de desespero; Pietro...
"Ouça Liz, faz nove anos que não conversamos mais, nove anos que perdi você, e eu sei que nunca entendeu o motivo de termos nos afastado. Imagino como deve ter sido dificil pra você, eu sei o quanto eu significava pra você, o quanto era importante e talvez por isso eu tenha preferido partir. Eu não queria estragar tudo que havia entre nós, por isso tive medo de arriscar, medo de te dizer que na verdade eu te amava, e que não era aquele amor de amigo, de irmão como a gente dizia ser, era um simples amor de homem pra mulher. Sei que pode ser tarde demais pra te dizer isso, provavelmente você esta namorando, ou até mesmo casou; tento saber noticias suas através dos nossos amigos em comum, mas sei que você pode não está do jeito que me falam, sei que muita das vezes suas expressões não revelam o que realmente está sentindo.
Te liguei pra dizer que estou arrependido, e que durante todos os dias desses nove anos, foi em você que eu pensei quando abri os olhos ao acordar e você que imaginava antes de dormir; meus romances foram em vão, ter te deixado foi como arrancar meu coração, eu o deixei com você, mas nem te disse que era pra cuidar dele, nem disse o 'adeus' que você não merecia ouvir. Me perdoe, errei, e se pudesse voltar ao tempo te diria que é o amor da minha vida, e que o tempo vai passar e eu vou continuar te amando, pra sempre. Sinto saudade, sinto sua falta; obrigado por tudo."


[continua...]

Lahis do Nascimento Batista

21 de setembro de 2011

.dos seus abrigos.




 E em meio as minhas crises, junto as lagrimas que eu derramava em seu travesseiro tinham seus lábios a beijar minha nuca gelada; a sua voz grossa demais pra ser suave dizia palavras de abrigo: "vai ficar tudo bem". E então ficava. Ou melhor, já estava.

16 de setembro de 2011

[...]²

Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o das Panicats, mas vê que ela tem pé que ele acha lindo e uma boca que parece de boneca de porcelana, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um arroz decente, mas faz um cafuné e um brigadeiro que deveriam ser patenteados, e vê que ela acompanha com a cabeça o que passa na TV e que no seu sorriso há um verão que nunca acaba, e ele vê que ela é tão dengosa quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda. 
(baseado em trecho de MarthaMedeiros)

[/acho que é assim.

14 de setembro de 2011

[...]

Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Corolla que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ele vê uma pinta no olho esquerdo dela que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que ele espirra como um louco e mesmo assim o teimoso não procura um médico, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros, ela o quer, ela o ama
(baseado em um trecho de MarthaMedeiros) 


[/para PyersonSilvério. ♥

9 de setembro de 2011

Das coisas que eu gosto.

Gosto mesmo é de dormir em um domingo chuvoso sem se preocupar com a segunda; gosto de dormir abraçada em algo/alguém quente que me faça sentir protegida, gosto de acordar alegre, cantando com vontade de arrumar o guarda-roupa, mesmo que isso tenha acontecido umas três vezes em 18/5 anos. Eu gosto de acordar pensando nele, e gosto mais ainda quando é ele quem me acorda, gosto de ser paparicada, gosto de ser o centro das atenções, mas as vezes gosto de sumir; gosto ainda de olhar fotos velhas ouvindo musicas internacionais pra inspiração aflorar, gosto de sair com os amigos, beber e ter casos no outro dia pra contar. Gosto de sorrir com os olhos, mas só o faço pra quem merece, gosto de mandar, de dar uma de chefona poderosa, gosto ainda de tirar fotos na intenção de receber belos comentarios. Gosto de ser surpreendida, gosto de surpresas, gosto de estar com quem eu gosto, e sentir o gosto bom de ser gostada.
Gosto de tudo que me faça sorrir sem mostrar os dentes, gosto das pessoas que sabem me intrigar, que sabem me fazer pensar nelas, gosto de tudo que me transmita algo bom, que tenha um bom som. Gosto da lua e das estrelas, das estações a primavera e o verão, dentre as belezas a do seu sorriso, dentre as paixões, a minha é o seu olhar, dentre os amores você, dentre os verbos o GOSTAR.

Lahis Nascimento Batista

8 de setembro de 2011

Não há ferida que seus abraços não curem, nem lagrimas que seus beijos não façam perecer. (Lahis Nascimento)