1 de abril de 2013

O MELHOR DE DOIS MUNDOS.



Cheguei naquele velho bar de esquina, era mais ou menos oito da noite, passei mesmo pra aliviar o dia stressante que tive, nem tava muito afim de flerte mas ela me olhou por cima do livro, deixando o óculos de grau cair um pouquinho de um jeito sexy que instigaria qualquer homem desse planeta.
Mais ou menos 23 anos, mesmo que sentada chuto 1,66m de altura, magra, quase uma modelo se não fosse pelo excesso de busto que me deixariam louco a madrugada inteira, ou já estavam me deixando mesmo de longe. Ela tomava um drink de cor rosa, deve ser um desses que vendem como bebida alcoólica, mas que não chega a 0,00001 de teor.
Confesso que olhando dali ela com aquele livro sobre a vida de Jobs, aquele jeans colado e aquela taça formava o melhor de dois mundos: beleza e inteligência.
Não, JAMAIS querendo desprezar a linda e magnífica raça feminina, mas hoje em dia tá complicado encontrar uma mulher que consiga ser bonita e inteligente. Por serem e estarem sempre nos extremos a maioria acaba pesando de um lado só, então se são inteligentes estudam tanto que não se cuidam, ou se são belas se cuidam tanto que virão reféns de produtos de beleza, logo, se tornam fúteis.
Eu me aproximei, sei lá, estou cansado de “mulherzinhas”... Sentei bem, bem do lado dela e ao contrario do que imaginava ela não saiu do lugar, apenas moveu o pescoço e me disse:
_ Senhor, há mais espaço no sofá. Há necessidade de sentar quase que em meu colo?
Foi ai que a merda espalhou-se na minha cara.
O que eu estava fazendo tentando iniciar um flerte com uma garota? Eu tinha 42 anos, quase o dobro daquela jovem linda. O que eu estava fazendo?
Eu não sabia, mas resolvi insisti.
Comecei pedindo desculpa e acabei percebendo que já havia lido o livro que ela estava lendo, e então iniciei alguns comentários sobre... “Pimba!” Ela olhou pra mim, retirou os óculos e sorrindo disse:
_ Ele é realmente um ótimo escritor, não acha?
Do nada o papo fluiu dali surgiram mais livros em comum, musicas, gostos, comidas, aromas, lugares. Cheguei até a descobrir que tomávamos a mesma bebida, a diferença era apenas a cor da taça.
Não me recordo certamente a hora em que saímos dali, mas além do email dela sai com a certeza de que aquela era a MULHER que eu queria: independente o suficiente para pagar seu próprio drink e ir embora com seu próprio carro e inexplicavelmente linda para parar o transito da Dutra em “horário de pico”.
Ao certo não sei o que vai dar essa história, mas ela me disse “Até breve!” quando nos despedimos. É loucura, um “velho” dizer isso, mas acabo de me apaixonar a primeira vista...

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